Carioca da gema, o cirurgião plástico Edmar Fontoura comemora 36 anos de carreira cercado por uma clientela elegante em busca de excelência. Apaixo¬nado pelo trabalho, ele não mede esforços para oferecer o que há de melhor no fascinante universo da forma e da beleza. Esse work-a-holic a serviço da estética confidencia: “Nunca me passou pela cabeça escolher uma profissão diferente”.
O casarão de dois andares, construído no século passado, se destaca como um oásis na paisagem de prédios e edifícios no movimentado bairro de Botafogo, na zona sul do Rio de Janeiro. À primeira vista, ninguém diria que dentro de seus domínios acontece uma discreta e muito bem-sucedida revolução no universo da estética. Jovens modelos, atrizes, personalidades das colunas de jornais e revistas, senhoras elegantes e homens sem preconceito contra a vaidade se esbarram na recepção em busca de um objetivo comum: repaginar o próprio visual por meio das mãos experientes do mestre carioca da cirurgia plástica: o Doutor Edmar Fontoura.
Há exatos 25 anos, este que é um dos cirurgiões mais destacados do Brasil, membro titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, ali instalava a sua “central da beleza”. Fato é que o especialista carrega nas veias o talento herdado de uma tradicional família de médicos. Seu pai, Edmar da Fontoura Lopes Júnior, foi nada menos do que o pioneiro da cirurgia vascular no país. Em 1956, ele fundou o 1º Serviço de Cirurgia Vascular da Previdência Social. Seu bisavô materno, o professor Brandão Filho (hoje nome de rua no badalado bairro do Leblon), ficou conhecido como O Príncipe dos Cirurgiões. Além de deixar inúmeros discípulos espalhados pelo mundo, ele se tornou ainda mais célebre ao conquistar melhorias para a Santa Casa de Misericórdia depois de ter operado o apêndice gangrenado do então presidente da república, Washington Luís, em 1931.
Não por acaso, o endereço de Botafogo se tornou uma referência nacional (e internacional) quando o assunto é a transformação de rostos e silhuetas. Nas paredes da sala do cirurgião, finamente decorada, repousam inúmeros diplomas, homenagens e certificados concedidos ao longo de seus anos de profissão. Ao entrar no consultório, é como se o paciente ali encontrasse um universo à parte, no qual se respira uma atmosfera de confiança. Basta um olhar de relance para entender a razão de tantos sorrisos estamparem as faces dos pacientes que passam pela porta.
A bem da verdade, nada deixa esse carioca mais realizado do que ver as transformações que a cirurgia plástica é capaz de proporcionar na vida das pessoas. Ele mesmo, ainda adolescente, aos quinze anos, teve o nariz operado. “Proporcionar sentimentos semelhantes àqueles que eu mesmo experimentei aos pacientes que me procuram é um grande prazer e meu objetivo principal”, afirma o especialista, membro efetivo da Associação de ex-alunos do professor Ivo Pitanguy, entre outras entidades.
Muitos anos depois de deixar para trás sua formação na Santa Casa da Misericórdia, o consagrado especialista retornou para onde tudo começou. Hoje, ele é o responsável pela Cirurgia Plástica da Enfermaria 33 daquela instituição. “E um trabalho gratificante e um prazer recordar a convivência com o mestre Pitanguy.”
Segundo o Doutor Edmar Fontoura, um dos papéis de todo cirurgião plástico é colaborar com o trabalho competente de outros médicos e fornecer, à população, serviços e informações das quais ela precisa para tomar decisões seguras e acertadas. Ele dá como exemplo o aumento da procura pela cirurgia plástica pós-bariátrica (a operação para redução do estômago). “Sem o trabalho posterior e complementar de um cirurgião plástico, talvez esse recurso usado para o tratamento da obesidade mórbida jamais se tornasse viável”, comenta. “Em casos desse tipo a cirurgia plástica melhora não apenas a aparência física do paciente, como devolve a ele a oportunidade de se reintegrar, sem traumas ou complexos, na própria sociedade a que pertence”, acrescenta o cirurgião.
Perfeccionista pela própria natureza, o Doutor Edmar Fontoura acredita que a cirurgia plástica é a comunhão entre a forma e o conteúdo. “Ambos são o resultado da técnica, do profissionalismo e da arte”, diz ele, que é casado com a empresária Kátia Spolavofi, dona de uma rede de lojas na cidade. O cirurgião é também apaixonado pelos avanços tecnológicos. Por isso, ele faz questão de utilizar métodos sempre atualizados. Nem dá vontade de sair de dentro de seu lindo casarão. Parafraseando Balzac: a beleza é a assinatura do próprio mestre na obra em que imprimiu a sua alma. O Doutor Edmar firma seu próprio espírito como ninguém.
Por: Dalila Magarian